
Uma visão feminina sobre a participação do Agro mineiro na COP 28
A Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP) representa o ápice global do engajamento na luta contra as alterações climáticas. Nesse evento crucial, países-membros se reúnem para negociar acordos e metas, resultando na consagração de discussões e estudos realizados ao longo dos anos.
A participação dos países envolvidos é essencial para estabelecer compromissos, visando mitigar e adaptar-se às mudanças climáticas. Cada edição da COP atrai uma audiência crescente, refletindo a importância transversal do tema e seu lugar central na agenda global. Esses encontros transcendem fronteiras, influenciando políticas e a consciência coletiva sobre a urgência de ações diante desse desafio planetário.
Este ano, na COP 28 em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, a presença do Sistema Faemg Senar marcou um momento crucial para fortalecer a representatividade do setor agropecuário mineiro. Ao apresentar o modelo de produção sustentável adotado pelos produtores rurais, baseado em ciência que resultou na disponibilização de tecnologias de baixa emissão de carbono como Sistema de Plantio Direto, Recuperação de Pastagens Degradadas e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), o mundo testemunhou nossa capacidade de produzir sem abertura de novas áreas. Além disso, a preservação de mais de 33% de vegetação nativa dentro dos imóveis rurais mineiros, superando a exigência da Reserva Legal de 20%, merece reconhecimento global.
Desmistificar a ideia de que o setor é o vilão das mudanças climáticas é um desafio reconhecido, ressaltando a importância da nossa participação na conferência. É crucial desfazer narrativas duvidosas, muitas vezes impulsionadas por interesses ocultos, que tentam conter o avanço do país na produção de alimentos, fibras e energia renovável, especialmente considerando que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais completas e restritivas do mundo.
O papel fundamental do setor é assegurar a segurança alimentar, climática e energética diante da crescente demanda mundial por alimentos. Esta missão destaca não apenas a notável capacidade produtiva do Brasil, mas também sua habilidade de preservar ativos ambientais, abrindo portas para oportunidades compartilhadas por todos. Somos parte da solução e não o problema!
Durante o evento, mostramos que a adoção de modelos de produção em sinergia com a sustentabilidade é uma trajetória sem volta. Nesse sentido, o Sistema Faemg Senar desempenha um papel crucial ao conduzir programas educacionais e oferecer assistência técnica e gerencial, contribuindo não só para melhorar a produção e a qualidade de vida das famílias, mas também para preservar os recursos naturais.
A participação ativa do setor na cena global não se limita a projetar uma imagem positiva da agropecuária, mas também impulsiona o desenvolvimento econômico, a geração de empregos e a valorização dos produtores rurais. A permanência dessas pessoas no campo, aliada à produção e conservação, é essencial para garantir a continuidade e a sustentabilidade do setor.
O legado deixado pela delegação mineira na COP 28 não apenas realça as conquistas atuais, mas inspira uma visão de futuro, onde a produção agropecuária é um motor de progresso sustentável, beneficiando tanto a sociedade quanto o meio ambiente.

Mariana Ramos, gerente de Sustentabilidade do Sistema Faemg Senar.